Os piores conselhos para mulheres solteiras – direto dos anos 60

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Os piores conselhos para mulheres solteiras – direto dos anos 60

Natalie Wood e Tony Curtis no filme Sex and the single girl (1964), baseado no best seller de Helen Gurley Brown
Material promocional de Sex and the single girl, adaptação para o cinema do livro de Gurley Brown. O título no Brasil, é claro, é Médica, bonita e solteira
A fórmula da revista Cosmopolitan já se tornou batida. Os incontáveis artigos sobre como agradar um homem e as dicas absurdas de sexo ("enrole o seu cabelo em volta do pau dele") podem ser motivo de piada hoje, mas essa receita em algum momento da história foi considerada inovadora. Na verdade, a Cosmo original era um veículo tão pacato quanto um cajuzinho, e seu conteúdo era composto por matérias sobre afazeres domésticos para donas de casa. Isso até Helen Gurley Brown entrar em cena.

Gurley Brown assumiu a editoria da revista em 1965. Foi ela a responsável por curar esse novo nicho de mercado editorial, que agora parece tão óbvio: mulheres brancas e solteiras interessadas em serem sexualmente ativas e construírem uma carreira. Gurley Brown alcançou a fama com Sex and the single girl, um livro de auto-ajuda publicado em 1962, espremido entre o lançamento de Bonequinha de luxo nos cinemas e A mística feminina, livro de Betty Friedan que criticava o modelo de feminilidade branca dos anos 50.

Sex and the single girl
não envelheceu bem. O livro parece mais uma paródia de revistas femininas do que algo a se levar a sério. Não quero tirar o mérito de Gurley Brown. A escrita dela é divertida e envolvente, e é preciso ter muita inteligência para transformar a si mesma numa marca.

Aliás, uma das coisas que mais considerei triste ao ler o livro é o fato de logo na primeira página Gurley Brown se apresentar como a esposa de um quarentão milionário da indústria do cinema. A expectativa é de que a leitora veja nisso a credencial a torná-la capacitada para escrever o livro. Só quando chegamos na metade dele descobrimos que a autora é uma grande executiva da publicidade – e que chegou lá após 17 empregos como secretária, sem ter feito faculdade.

Helen Gurley Brown
Helen Gurley Brown. Impossível negar que a bicha era estilosa
Embora "tornar sexo aceitável para mulheres solteiras" seja considerado o legado de Gurley Brown, não acredito que ela deva a sua visibilidade a isso. Toda polêmica que conquista o grande público tem os seus limites, e o de Gurley Brown é claro. Só se menciona sexo quando se fala de prazer, que – surpresa! – é masculino. Você deve aprender a gostar de sexo porque homens gostam de sexo, e você quer que homens gostem de você. Mas quando se trata de discutir interesses femininos relacionados a sexo, Sex and the single girl faz silêncio.

Quer dizer, eram os anos 60! Camisinhas não eram tão comuns, e o primeiro anticoncepcional a ser aprovado pela FDA tinha sido lançado só dois anos antes. Gurley Brown declarou ter se envolvido com alguém em todos os escritórios por onde tinha passado. Como uma jovem solteira poderia seguir os passos da publicitária – e evitar que o resultado fosse uma gravidez, algo que atrapalharia o grande sonho de ser uma profissional bem-sucedida? Essa contradição não foi considerada relevante o suficiente para ser respondida no livro.

Como ganhar peso ou usar o tipo de maquiagem "errada" pode ser considerado algo mais grave do que contrair uma doença sexualmente transmissível, ter uma gravidez indesejada, ou ter que recorrer a um aborto ilegal? Eu não sou contra fazer sexo casual, sou contra estimularem que mulheres façam isso sem que elas tenham conhecimento sobre os riscos que estão correndo, nem como se prevenir deles.

A ideia promovida por Gurley Brown de que beleza e poder de sedução estavam relacionados ao sucesso financeiro também não era novidade. Uma publicidade da Elizabeth Arden de 1932 já aconselhava: "A beleza é um bem certo em tempos de valores incertos. Se o seu rosto não é a sua fortuna hoje, quem garante que ele não será amanhã – e que tipo de fortuna ele valerá?".

A representação de mulheres bem-sucedidas como sexualmente apelativas também era recorrente na Velha Hollywood. Elas poderiam ser mocinhas (Laura, 1944), vilãs a serem redimidas pelo amor (Baby Face, 1931) ou um exemplo de como a ambição levava a infelicidade, promiscuidade e perda da feminilidade (Dishonored woman, 1947). Mas elas eram sempre belas e sedutoras.

Cartaz de Baby face (1961), filme em que uma mulher ambiciosa é redimida pelo amor
Baby Face conta a história de uma mulher que está cansada de sofrer abusos dos homens e, depois de ler um livro do Nietzsche, decide que vai trepar até o topo e ficar poderosíssima. Todo dia invejo quem teve a ideia de fazer esse roteiro.

O começo dos anos 60 nos EUA foi um período em que donas de casas estavam insatisfeitas e se sentiam enganadas pelo modelo de feminilidade que havia sido vendido a elas – e, mais importante ainda, começaram a falar sobre isso.  É importante entender que durante os anos 50 ser uma mulher solteira, isto é, não-casada, era um problema, um defeito a ser consertado, uma ameaça. Ao mesmo tempo, mulheres brancas e jovens tinham a oportunidades de construir uma carreira e aumentar seu poder aquisitivo.

A estratégia de Gurley Brown – e aí está o seu sucesso – foi atrelar a ideia de ser uma profissional bem-sucedida com a de agradar aos homens. Tudo bem você se sustentar e ter sucesso profissional, desde que você continue buscando a aprovação masculina. Então ser solteira não seria mais um constrangimento, e sim algo sexy!

O risco de uma jovem financeiramente independente perceber que não precisa de homens é  bem menor se ela aprender que se apaixonar por eles é a sua grande prioridade de vida.

E com a própria Gurley Brown servindo de garota-propaganda, promovendo a sua trajetória de jovem pobre e sem-graça para publicitária de sucesso casada com um milionário, era mais fácil se sentir acolhida e representada. Se estivéssemos na realidade da ditadura anti-feminista de O Conto de aia, Gurley Brown, por mais talentosa que seja, seria uma das Tias, responsável por educar as aias, e não um membro da resistência.

O modelo de feminilidade vendido por Gurley Brown ainda é atraente. A prova disso: a revista Cosmopolitan é distribuída em 110 países e possui 64 edições internacionais. Por isso, é necessário que a gente volte um pouco no tempo e veja onde tudo começou. Quais são os grandes conselhos que a guru Helen Gurley Brown tinha a oferecer para mulheres solteiras? Vejamos.

Edição da revista Cosmopolitan de 1990
Edição da revista Cosmo dos anos 90. O marido de Helen, David Brown, escreveu as manchetes da edição estadunidense até o fim da vida.

1. A culpa é da esposa
Na época, um dos pontos mais controversos de Sex and the single girl foi o fato de Gurley aprovar casos com homens casados. A justificava: se o marido trai, é porque a esposa deixa. Seja porque ela não se esforça o suficiente em casa, não faz ele se sentir amado, ou simplesmente… por ter se casado com ele. "Primeiramente, uma mulher traída poderia ter evitado se casar com ele".

2. Nada é mais sexy do que… um bebê
De acordo com Gurley, todas mulheres já são sexy quando nascem, e são podadas pela sociedade para reprimir a própria sensualidade.
"Uma criança de 16 meses é o protótipo da sensualidade. Assista-a brincar de esconde-esconde, balançar o seu bumbum adorável ou te dar um olhar de derreter antes de dar uma reboladinha até a cama. Ela será sexy por toda a vida se ninguém interferir". 
Parece um dos delírios de Humbert Humbert, narrador de Lolita, mas é a futura editora de uma das maiores revistas femininas do mundo te ensinando a como seduzir homens.

Se você manja um pouco de história da sexologia, esse tipo de declaração não é nenhuma surpresa. Como Sheila Jeffreys explica em Anticlimax, muitos sexólogos se dedicaram a provar que pedofilia era natural, e a sociedade repressora é que causava os traumas nas crianças molestadas. Era comum que vítimas de abuso sexual fossem retratadas pela literatura da sexologia da época como "sedutoras" ou agentes ativos capazes de consentir com a interação.

Sem contar, é claro, a teoria freudiana de psicanálise, segundo a qual meninas sentiam atração sexual pelos próprios pais. Para Freud, memórias de abuso sexual eram na verdade fantasias que surgiam porque a criança reprimia o desejo que sentia pelo próprio pai.

3. Se você não quer fazer sexo, seu marido pode parar de te sustentar
O contrato de casamento é claro: transe com o seu marido, ele te dará "um sobrenome, um lar, uma renda e filhos". Se você não está a fim, ele "tem todo o direito de perder o dinheiro do aluguel no pôquer". Um arranjo progressivo.

4. Falar não é sexy, fofocar sim
"Falar o tempo todo sobre qualquer coisa não é sexy. Esfinges e Mona Lisas sabiam que estavam fazendo". Ótimo, além de copiar o comportamento de um bebê eu também tenho que me modelar a partir de um monumento de pedra e um quadro renascentista!

Mas pelo menos fofocar, segundo Gurley Brown, está liberado, porque é "sexy". Ufa.

5. Aja como se fosse incompetente
Para Gurley Brown, homens "amam" fazer coisas para você que você poderia muito bem fazer sozinha, como abrir portas e acender o seu cigarro. Uma das recomendações do livro é fingir ter dificuldade em carregar pacotes para que ele possa te ajudar.

Mais uma vez, é necessário que você finja ser menor do que de fato é para que o homem possa se sentir maior em comparação.

6. Tenha um emprego – para conquistar homens!
Sex and the single girl tenta te convencer de que é um livro focado em ensinar mulheres a serem independentes, mas o tempo inteiro solta pérolas que provam o contrário.
 "Um emprego é uma forma de conquistar homens. Ele também oferece o dinheiro para se vestir e de arrumar seu apartamento para eles." 
"Uma carreira é a melhor preparação para um casamento." 
Gurley Brown chega ao ponto de sugerir que você SE MUDE DE CASA para morar perto do cara que deseja conquistar.

Cena de Sex and the single girl (1964)
"Não vou sacrificar um centímetro da minha liberdade ou dignidade por homem algum".

7. Ser natural é péssimo, exceto quando se trata de homens

Em uma defesa apaixonada de cosméticos e cirurgias plásticas, Gurley Brown argumenta: "Existe algo realmente tão atraente assim sobre ser natural? Se todos nós realmente saíssemos por aí au naturel assustaríamos uns aos outros até a morte".

Mas e os homens? No caso deles, só podemos aceitar que é "da natureza da besta" não ser monogâmico, assim como é da natureza de gatos caçar pássaros. Precisamos aceitar a infidelidade masculina com a mesma veemência com que devemos recusar a realidade da nossa aparência física.

"Estou horrorizada com os "dois pesos e duas medidas" que vocês homens tentam impor em nós mulheres"

8. Perca o emprego, mas não perca o macho

Na dúvida se ter um caso com um colega de trabalho vale a pena? Tenho certeza de que isso vai ficar ótimo no seu currículo: "Você certamente será despedida, mas imagine ir embora sob uma nuvem tão romântica... uma mulher tão atraente e atraída pelo sexo oposto, que ela se dispôs a viver de seguro desemprego por ele!"

9. Qualquer lugar é oportuno para a sedução. Qualquer mesmo!
O primeiro capítulo de Sex and the single girl leva o conceito de "louca por macho" a níveis mais absurdos ao recomendar que você faça uma lista de todos os homens que conhece e/ou encontra no seu dia a dia. Eles vão ser os homens com quem você poderá praticar seus truques de sedução.

Entre eles, estão os Possíveis, homens com os quais você pode ter um caso. Todo lugar pode oferecer uma oportunidade de conhecer um deles, até o trânsito! "Dirigir no engarrafamento oferece possibilidades. Deixe a janela aberta do seu lado e sempre olhe com interesse para o carro ao lado. Pode ser um Possível".

10. Você não odeia usar maquiagem, você tem medo de ser bonita
Gurley Brown se gaba de desenhar uma boca nova sobre a original todo dia, e de fazer isso no trânsito enquanto vai ao trabalho. Se fazer esse esforço cotidiano não te atrai, não é porque é uma perda de tempo e de recursos – e sim porque você tem medo de chamar atenção!
"É possível que você tenha um pouco medo de estar sob os refletores todo dia. Se sua maquiagem fosse sempre impecável, você estaria se oferecendo para receber atenção. Que você provavelmente receberia. E aí você teria que seguir em aventuras que ninguém sabe quais seriam!". 
Sim, aventuras como ter batom no seu dente, nunca conseguir deixar seu delineador simétrico ou então borrar toda a maquiagem ao chorar porque perdeu completamente o controle sobre a sua vida e está lendo um auto-ajuda esdrúxulo dos anos 60 sobre como seduzir homens.

Natalie Wood chorando em Sex and the single girl

11. Deixe as amigas de lado
Você tem mais chances de arranjar um macho se sair sozinha do que com um grupo de mulheres. Até porque se te verem sempre com mulheres podem achar que você gosta é delas – o terror!

A recomendação que você só veja as suas amigas em casa: "Fique em casa com elas se você quiser, mas não espalhe para o mundo que você desistiu de qualquer esperança de viver um romance ao andar em público com um exame de mulheres."

Uau, depois de ler esses conselhos eu me sinto bem mais empoderada!✨

Os franceses adoram morrer de amor, mas eu prefiro alguém que viva e continue lendo meus textos! Veja Manual prático para conversar com homens e O enigma da blogueira que não conseguia parar de escrever sobre macho.

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1 Response to "Os piores conselhos para mulheres solteiras – direto dos anos 60"

  1. 일단 강력한 5강권 경쟁자로 꼽히는 두산은 최주환이 SK, 오재일이 삼성으로 향했다. 외국인 투수 2명이 모두 바뀐 변수도 안고 있다
    해선갤러리

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